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Sunday 15 April 2012

PÂNICO


Você poderia escrever um artigo sobre a Síndrome do pânico? 
Eu queria saber mais sobre isso.


D.S.






Conceitos que vamos usar:
Ativar” = maior atividade sináptica, Sinapses é a comunicação eletroquímica entre os neurônios (células do sistema nervoso) 
Desativar” = menor atividade sináptica possível.
Desligar ou desconectar” = ainda quando usamos a palavras “desligar” ou “desconectar” o cérebro nunca desliga nada, é uma forma de dizer “desativar”, menos atividade neuronal.
Informação” = sinais eletroquímicos procedentes da sinapse que percorre os nervos até o cérebro e vice versa. O sistema de comunicação é sempre em forma de arco, ou duas vias, uma que sai do cérebro e atinge os órgãos e uma que sai dos órgãos e comunica com o cérebro. Sempre duas vias.





Primeiramente vamos ver alguns conceitos que nos ajudarão a pensar juntos sobre este problema que afeta muitíssima gente.



Síndrome, transtorno, ataque, desequilíbrio e a crise de ansiedade.



Síndrome é coletânea de vários sintomas que se repetem geralmente na mesma ordem e que ajudam a montar um diagnóstico por tais repetições.  No caso do pânico isso é muito raro que ocorra, o pânico tem muitas variantes e não sempre tem o mesmo padrão em sua causa.








 Vamos chamar de Transtorno de pânico uma condição médica produzida por um desequilíbrio eletroquímico, um verdadeiro transtorno na ordem de como as coisas devem ser eletroquimicamente em algumas áreas do cérebro. Quem possui esta condição tende a sofrer vários ataques de pânico.






A maioria dos casos que chegam aos hospitais ou clínicas não são síndromes ou transtornos, mas sim um ataque de pânico.

O ataque de pânico pode ocorrer a qualquer pessoa em certas situações de estresse ou quando algum desequilíbrio transitório (passageiro) ocorre.

Não é muito fácil definir a raiz deste desequilíbrio, muitas vezes ele ocorre obedecendo a uma seqüência correta de fatores neuroquímicos (hormônios e neurotransmissores) e psicoquímicos (no caso, sistemas simpático) o controle de fuga e luta que está montado para nossa sobrevivência.
Muitas vezes o sistema neuroquímico aciona de maneira adequada e é interpretado por nossa consciência como algo que extrapola a condição que a causou.
Um neurotransmissor, a noradrenalina, combinada com outros fatores aciona este mecanismo.

A crise de ansiedade é geralmente confundida como ataque de pânico por causa dos sintomas iniciais e dos vegetativos (que perduram), serem parecidos, mas no ataque o processo é diferente. A ansiedade em crise é gerada por pensamentos que exageram a realidade e que se prolonga por um período.

O ataque de pânico pode começar com uma crise de ansiedade, mas a ansiedade não é exatamente um a causa na maioria dos casos.

Nem o transtorno e nem o ataque de pânico são consideradas como doenças mentais.

Não, a pessoa não está “louca”, e nem vai ficar.

Com isso quero reforçar que o ataque é desequilibrio neuroquímico e terá um efeito sobre o processo de pensamento e da ação de fuga e luta que depois de disparada passa geralmente a estar baixo controle da consciência.

Neurotransmissores e ativadores hormonais: Noradrenalina (adrenalina), GABA, serotonina e outros, ativam e inibem varias áreas do sistema simpático e do sistema de controle emocional localizado nas áreas mais primitivas do cérebro (o centro das emoções). Quando uma área permanece ativa por um tempo prolongado e não consegue “desligar”, então ocorre que o controle se vê comprometido.





Neste caso o nosso sistema de autopreservação “perde o freio”...  ao mesmo tempo que "acelerador" não volta para trás e somente acelera mais e mais.







Os ataques de pânico têm um efeito residual e podem repetir-se, contudo, não é exatamente ainda um transtorno. Irá com o tempo extinguir-se.

O transtorno é exatamente a não extinção ou repetição destes desequilíbrios em periodos prolongados.


Os ataques de pânico são períodos muito intensos, realmente são fortes experiências que afeta a pessoa subitamente. Geralmente o medo incontrolável é o grande monstro do ataque de pânico, é uma sensação de desespero e de medo profundo.
Este desespero e medo não necessariamente encontram uma razão fundada, contudo é extremo e aciona a defesa de fuga e a luta de forma incontrolável.
É psicossomático, ou seja, afeta a mente e o corpo.
Tem uma duração entre cinco a dez minutos e quando atinge o pico da crise, a sensação é bastante desagradável.
Durante as horas seguintes estas pessoas estarão suscetíveis a passar novamente por outros picos menores e de mais a menos desaparecem gradualmente.
Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa dependendo de vários fatores como: Saúde do individuo, locais onde ocorre o ataque, situações, causa da ansiedade primeira, etc.

Algumas pessoas que experimentam um ataque de pânico pela primeira vez, pensam estar sofrendo um ataque cardíaco, um colapso nervoso ou que estariam perdendo a razão.
É uma experiência devastadora e com efeitos desagradáveis aos que sofrem. Talvez uma das piores experiências psicológicas que alguém pode padecer, pois o efeito termina em alguns minutos, mas a memória do ocorrido persiste perfeitamente.
Geralmente querem fugir para algum lugar que não seja onde estão à pressão arterial dispara, o ritmo cardíaco aumenta, hiper-ventilam (respiração rápida e ofegante)


Após o ataque os afetados experimentam sensação de culpa, vergonha, grande confusão sobre si mesmos, e como a experiência é devastadora, sofrem principalmente um grande medo de passarem por isso novamente. 



É sempre normal ver que os afetados não retornam a seus lugares de trabalho, e terminam por perder seus empregos.








Evitam lugares que possam sentir-se sem saída, a claustrofobia é uma das sensações que mais dispara ataques de pânico, contudo não a única. Fobias de todo tipo podem levar a pessoa a sofrer um ataque.









Evitam lugares fechados ou com muita gente, até mesmo viajar de carro ou veículos de qualquer espécie. Aeroportos e os acessos ao embarque dos aviões são lugares de comum ataque de pânico.

Mas o ataque de pânico pode ocorrer até mesmo quando a pessoa está em casa, ou conversando com amigos.








Apoiar e compreender estas pessoas pode ser a chave da sua cura


Este problema é tratável e deve ser tratado com medicamentos e terapia. A terapia cognitiva comportamental ajuda muito nestes casos, mas sempre ao mesmo tempo que um tratamento clínico.

Hoje existem medicamentos adequados que podem fazer o sistema voltar ao normal, medicamentos extremamente específicos para ajudar neste problema.
Contudo não somente se devem tomar os remédios adequados, mas se deve unir a uma terapia psicológica para que a efetividade do medicamento seja compreendida e trabalhada com a ajuda do profissional da saúde mental.



Psiquiatra é medico da física e química do cérebro. O mito que ir ao psiquiatra é para loucos é coisa do tempo da vovó.
Psicólogos são os médicos do comportamento e das emoções.  Ir ao psicólogo é saudável sempre e quando as coisas parecem não estar em ordem.

Se você sofre ou conhece alguém que sofre é hora de parar para ajudar ou ser ajudado.

É tempo de compreender quem sofre e ajudar ... e...

Não sofra.


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