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Thursday 9 February 2012

Psicopatas?


“... Minha prima é uma pessoa tão controvertida e problemática, só faz confusões no ambiente de trabalho e entre amigos... Será que ela pode ser uma psicopata ou alguém fez alguma macumba para ela?...”.

Conceitos importantes:

Transtornos = Desordem (Toda desordem pode ser ordenada ou controlada)
Patias” =  Doenças (Doenças podem ser causadas por muitas variantes,  ex: Biológicas como no caso de “mal formação” ou problemas genéticos, virais (vírus), bacterianas, traumáticas (físicas), químicas, etc.)
Portanto a psicopatia é uma doença e não propriamente um transtorno. A diferença é basicamente que o transtorno é mais inclinado a ser psicológico e não a causa do problema. Enquanto a doença é a causa do problema psicológico.
Ainda que vamos chamar de psicopatia o transtorno, pois os sintomas e os sinais são exteriorizados.
É bem complicado estabelecer o diagnostico onde uma pessoa sofre uma psicopatia sem ter um contato com o comportamento da mesma. Somente um diagnóstico profissional pode estabelecer que uma pessoa viesse sofrer algum tipo de problema.


A psicopatia é um transtorno da personalidade e chama-se “transtorno” porque faz que o comportamento externo fuja dos patamares sociais adequados e ou, revela atitudes de desarranjo ou desordem neste comportamento psicológico ou neurológico.

Antes de estabelecer qualquer tipo de “pseudo diagnóstico” devemos pensar ou assumir que certas pessoas talvez estejam passando por um problema emocional grave ou mesmo outra afecção, problema de ordem psicológica. 



Algumas pessoas estão condenadas a viverem carregando sobre elas um “mito” um diagnóstico feito de forma popular e que não condiz com a realidade.
Contudo, a pergunta é importante assim podemos definir as coisas e eliminar o “mito” em torno a certos comportamentos.









Não creio que “bruxaria” tenha nada haver com isso. As pessoas recorrem ao ocultismo por causa de suas incapacidades de lidar com as coisas reais.
Este mundo cheio de mistérios e confusões mágicas é um mundo mais curto, mais fácil. Mitologicamente as coisas mágicas são um caminho melhor e mais rápido para resolver problemas. Na mente de gente que não tem coragem de enfrentar o “real” ou “as realidades”, a mágica é a melhor coisa que pode existir. Contudo, se uma pessoa precisa de atenção ela usaria melhor suas energias se participasse de uma terapia. É a melhor maneira de encontrar-se e enfrentar cara a cara as desventuras da vida.



Vamos começar a desmontar o problema que temos em frente conhecendo os conceitos.

Transtornos que podem ser confundidos com psicopatias:
Algumas pessoas não veem aqui a diferença, contudo sem querer entrar no assunto mais profundo e científico, gostaria novamente de resaltar o “transtorno” como o sintoma psicológico e a “psicopatia” como a causa dos transtornos a um nível neuropsicológico.


Então, primeiramente vamos aos transtornos sintomas que confundem o conhecimento público sobre quem é a pessoa do psicopata.


Problemas no EGO

Primeiramente vamos falar de Egocentrismo, pessoas com o foco de suas atenções e ambições voltadas para elas mesmas.
Os egocêntricos ou egoístas são geralmente confundidos como psicopatas, porque egoísmo é parte ou uma das características visíveis em um psicopata.
Os egoístas existem em um espectro muito variado e amplo, porém vamos falar de uma destas classificações. O “"eu" cego”

As pessoas egocêntricas ou egoístas portadoras de um “eu cego” não conseguem assumir responsabilidades por seus erros. Não é que façam isto por maldade, mas sim, é uma incapacidade para reconhecer sí mesmo dentro de um problema. Não é possível para estas pessoas assumirem seus erros ou falhas de qualquer tipo. Elas creem que a culpa é sempre dos outros. Elas vivem uma dissociação social quanto a problemas, geralmente apontam o dedo em todos, menos nelas. São pessoas dominadoras ou que demandam atenção.

Não são psicopatas, mas sim precisam encontrar melhores meios para trabalhar sua autoestima, complexos de inferioridade ou mesmo qualquer outro trauma que impede esta pessoa de ver-se a si mesma.
Este tipo de problema tem solução e pode ser tratado com certa eficácia em um meio terapêutico profissional. A pessoa deve ser confrontada por várias fontes de seu circulo familiar e social que em uníssono devem sugerir o tratamento.
Existem várias formas de transtornos da personalidade que são parecidos ou mesmo paralelos ao que comumente conhecemos como psicopatia, contudo, nem todo animal de quatro patas é cachorro, não é?
Para estabelecer se uma pessoa padece destas enfermidades ela deve ter mais de 95% dos sintomas apresentados de forma sempre repetitiva e padronizada, ou seja, nunca mudará nem irá variar o seu padrão de comportamento, apresentará sempre oito ou nove de dez sintomas descritos.  Se a descrição dos sintomas ou sinais de psicopatia, na escala de medidas clinicas dos transtornos estão inferiores à média alta, então esta pessoa provavelmente não é portadora destes transtornos, não é psicopata.

O Transtorno da personalidade antissocial (TPAS)

O Padrão sempre se repete na conduta de “desrespeito aos direitos alheios”. Geralmente esta conduta aparece na adolescência, ou seja: “já era assim na adolescência”, e a partir de ai, fracassa sempre em adaptarem-se as normas sociais do meio que vive.
Algumas características deste comportamento:
  •         Desonestidade.
  •          Mitomania (crê que um determinado personagem deve ser seguido como regra de vida),
  •          É enganadora, busca sempre o próprio beneficio por prazer;
  •          Impulsividade,
  •          Irritabilidade e agressividade,
  •          Despreocupação imprudente de sua própria segurança a da segurança dos demais e falta de arrependimento das coisas ruins que fez.



Transtorno de personalidade limite (TPL)

O transtorno limite é uma alteração persistente da capacidade de trabalhar emoções. 







Características:
  •         Dificuldade em tolerar a solidão, geralmente ou estão em um lado ou em outro, querem estar sozinhas ou não suportam estarem sós.
  •          Dificuldades para manter relações estáveis e confiáveis.
  •          Instabilidade nas relações pessoais.
  •          Dificuldades para controlar impulsos autodestrutivos caracterizados por impulsividade e descontrole ao menos em duas destas áreas      (Sexual, gastos, abusos de medicamentos ou drogas, dirigir perigosamente, etc.).
  •          Ameaçar constantemente o suicídio com conduta manipuladora.
  •          Conduta manipuladora
  •          Mania de perseguição (ideação paranoica).
  •          Constante sentimento de vazio. 








PSICOPATAS


Compare agora com as características do Psicopata:

  • Violência explosiva física e verbal,
  • Capacidade de transgredir normas etc.
  • Geralmente possuem um coeficiente de inteligência alto.
  • Capacidade acima do normal quanto a planificação dos seus pensamentos.
  • Extraordinária capacidade de manipulação (consegue manipular pessoas e situações que geralmente não se dobrariam a isto).
  • Marcante incapacidade de regulação afetiva, geralmente esta falta ou problema na regulação afetiva nem sempre é exterior, visível, esta pessoa pode estar sentindo uma profunda raiva e muitas vezes não a exterioriza.
  • Este problema na regulação afetiva a leva  a atos de violência breves, sem razão e sempre acompanhados de uma frieza fisiológica, ou seja, não expressam descontrole emocional, não há rastro de que houve um descontrole emocional.
  • Em um caso de TPL (transtorno acima citado), a pessoa ficaria superafetada e nervosa, e iria tomar um monte de remédios para passar a irritação etc. Mas na psicopatia isso não ocorre.
  • Os pesquisadores Walsh, Swogger y Kosson (2005) dizem que os psicopatas são marcados por este uso da violência “instrumental”, ou seja, usam a violência com formar de realização de sua enfermidade, violência premeditada, silenciosa e a sangue frio. Os portadores de TPAS usariam uma violência defensiva.
  • Os psicopatas são incapazes de formar um vinculo afetivo profundo. Se uma pessoa quer ter um vinculo afetivo com outra, este “querer”, já por si só o tornaria um “não psicopata”, pois o psicopata não necessita ou não elabora este sentimento de vinculação, nem se quer o conhece, ele pode aproximar-se de alguém viver esta aproximação, mas dificilmente sentir da mesma forma.
  • O Psicopata tem vínculos superficiais e de pouquíssima duração, pode fingir as emoções em forma a manipular até que cumpram com sua conveniência e alcancem um fim premeditado (planejado)(inteligente).  Contudo, irá romper esta relação ou qualquer relação com muita facilidade e com um grande desprezo.

É verdade que nem todos os psicopatas são criminosos, mas o fato de não cometerem um crime não muda o fato que eles são capazes de fazê-lo sem o mais mínimo problema quando lhes convenha.
Não precisa ser criminoso para ser psicopata, eles podem passar a vida em cometer nenhum crime.

Geralmente esta “regulação”, ou seja, sua capacidade para tomar esta decisão de não fazer algo fora da lei: matar, abusar, torturar etc. é apenas conveniente a eles mesmos, geralmente porque não há necessidade disso em suas mentes ou porque encontraram um instrumento psicológico onde eles possam praticar suas psicopatias. 
Uma informação útil também é que um psicopata geralmente sabe que ele é um psicopata, entende sua condição e se reconhece como é, é muito inteligente e sabe e crê no que esta fazendo.

Agora, diante disto tudo, você pode fazer um pouquinho o seu diagnostico.

Você ainda acha que a pessoa que você classifica de psicopata o é?

Quem sabe talvez ela tenha um TPL ou TPAS, ou talvez seja algo menor... 

Ou quem sabe ela precise de alguém que não a classifique e estenda a mão para compreender e ajudar.
Às vezes precisamos tomar a valentia em dizer a algumas pessoas: “Você tem demonstrado este comportamento que é típico de um transtorno, sinais claros que algo não está bem. Posso ajudar você encontrar um caminho melhor?”.


Paul McCullough.