Você poderia escrever um artigo sobre a
Síndrome do pânico?
Eu queria saber mais sobre isso.
D.S.
Conceitos
que vamos usar:
“Ativar” = maior atividade sináptica, Sinapses é a comunicação
eletroquímica entre os neurônios (células do sistema nervoso)
“Desativar” = menor atividade sináptica possível.
“Desligar ou desconectar” = ainda quando usamos a palavras
“desligar” ou “desconectar” o cérebro nunca desliga nada, é uma forma de dizer
“desativar”, menos atividade neuronal.
“Informação” = sinais eletroquímicos procedentes da sinapse que
percorre os nervos até o cérebro e vice versa. O sistema de comunicação é
sempre em forma de arco, ou duas vias, uma que sai do cérebro e atinge os
órgãos e uma que sai dos órgãos e comunica com o cérebro. Sempre duas vias.
Primeiramente
vamos ver alguns conceitos que nos ajudarão a pensar juntos sobre este problema
que afeta muitíssima gente.
Síndrome,
transtorno, ataque, desequilíbrio e a crise de ansiedade.
Vamos
chamar de Transtorno de pânico uma condição médica produzida por um
desequilíbrio eletroquímico, um verdadeiro transtorno na ordem de como as
coisas devem ser eletroquimicamente em algumas áreas do cérebro. Quem possui esta
condição tende a sofrer vários ataques de pânico.
A maioria
dos casos que chegam aos hospitais ou clínicas não são síndromes ou transtornos,
mas sim um ataque de pânico.
O ataque de
pânico pode ocorrer a qualquer pessoa em certas situações de estresse ou quando
algum desequilíbrio transitório (passageiro) ocorre.
Não é muito
fácil definir a raiz deste desequilíbrio, muitas vezes ele ocorre obedecendo a
uma seqüência correta de fatores neuroquímicos (hormônios e neurotransmissores)
e psicoquímicos (no caso, sistemas simpático) o controle de fuga e luta que está montado
para nossa sobrevivência.
Muitas
vezes o sistema neuroquímico aciona de maneira adequada e é interpretado por
nossa consciência como algo que extrapola a condição que a causou.
Um
neurotransmissor, a noradrenalina, combinada com outros fatores aciona este
mecanismo.
A crise de
ansiedade é geralmente confundida como ataque de pânico por causa dos sintomas
iniciais e dos vegetativos (que perduram), serem parecidos, mas no ataque o
processo é diferente. A ansiedade em crise é gerada por pensamentos que
exageram a realidade e que se prolonga por um período.
O ataque de
pânico pode começar com uma crise de ansiedade, mas a ansiedade não é
exatamente um a causa na maioria dos casos.
Nem o
transtorno e nem o ataque de pânico são consideradas como doenças mentais.
Não, a
pessoa não está “louca”, e nem vai ficar.
Com isso
quero reforçar que o ataque é desequilibrio neuroquímico e terá um efeito sobre o processo de
pensamento e da ação de fuga e luta que depois de disparada passa geralmente a
estar baixo controle da consciência.
Neurotransmissores
e ativadores hormonais: Noradrenalina (adrenalina), GABA, serotonina e outros, ativam
e inibem varias áreas do sistema simpático e do sistema de controle emocional localizado
nas áreas mais primitivas do cérebro (o centro das emoções). Quando uma área
permanece ativa por um tempo prolongado e não consegue “desligar”, então ocorre
que o controle se vê comprometido.
Neste
caso o nosso sistema de autopreservação “perde o freio”... ao mesmo tempo que "acelerador" não volta para
trás e somente acelera mais e mais.
Os ataques
de pânico têm um efeito residual e podem repetir-se, contudo, não é exatamente ainda
um transtorno. Irá com o tempo extinguir-se.
O
transtorno é exatamente a não extinção ou repetição destes desequilíbrios em periodos prolongados.
Os ataques
de pânico são períodos muito intensos, realmente são fortes experiências que
afeta a pessoa subitamente. Geralmente o medo incontrolável é o grande monstro
do ataque de pânico, é uma sensação de desespero e de medo profundo.
Este
desespero e medo não necessariamente encontram uma razão fundada, contudo é
extremo e aciona a defesa de fuga e a luta de forma incontrolável.
É psicossomático,
ou seja, afeta a mente e o corpo.
Tem uma
duração entre cinco a dez minutos e quando atinge o pico da crise, a sensação é bastante
desagradável.
Durante as
horas seguintes estas pessoas estarão suscetíveis a passar novamente por outros
picos menores e de mais a menos desaparecem gradualmente.
Os sintomas
podem variar de pessoa para pessoa dependendo de vários fatores como: Saúde do individuo, locais
onde ocorre o ataque, situações, causa da ansiedade primeira, etc.
Algumas
pessoas que experimentam um ataque de pânico pela primeira vez, pensam
estar sofrendo um ataque cardíaco, um colapso nervoso ou que estariam perdendo
a razão.
É uma
experiência devastadora e com efeitos desagradáveis aos que sofrem. Talvez uma
das piores experiências psicológicas que alguém pode padecer, pois o efeito
termina em alguns minutos, mas a memória do ocorrido persiste perfeitamente.
Geralmente
querem fugir para algum lugar que não seja onde estão à pressão arterial
dispara, o ritmo cardíaco aumenta, hiper-ventilam (respiração rápida e
ofegante)
Após o
ataque os afetados experimentam sensação de culpa, vergonha, grande confusão
sobre si mesmos, e como a experiência é devastadora, sofrem principalmente um
grande medo de passarem por isso novamente.
É sempre
normal ver que os afetados não retornam a seus lugares de trabalho, e terminam
por perder seus empregos.
Evitam
lugares fechados ou com muita gente, até mesmo viajar de carro ou veículos de
qualquer espécie. Aeroportos e os acessos ao embarque dos aviões são lugares de
comum ataque de pânico.
Mas o
ataque de pânico pode ocorrer até mesmo quando a pessoa está em casa, ou
conversando com amigos.
Apoiar e compreender estas pessoas pode ser a chave da sua cura
Este
problema é tratável e deve ser tratado com medicamentos e terapia. A terapia cognitiva comportamental ajuda muito nestes casos, mas sempre ao mesmo tempo que um tratamento clínico.
Hoje existem
medicamentos adequados que podem fazer o sistema voltar ao normal, medicamentos
extremamente específicos para ajudar neste problema.
Contudo não
somente se devem tomar os remédios adequados, mas se deve unir a uma terapia
psicológica para que a efetividade do medicamento seja compreendida e
trabalhada com a ajuda do profissional da saúde mental.
Psiquiatra
é medico da física e química do cérebro. O mito que ir ao psiquiatra é
para loucos é coisa do tempo da vovó.
Psicólogos
são os médicos do comportamento e das emoções.
Ir ao psicólogo é saudável sempre e quando as coisas parecem não estar em ordem.
Se você
sofre ou conhece alguém que sofre é hora de parar para ajudar ou ser ajudado.
É tempo de
compreender quem sofre e ajudar ... e...
Não sofra.