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Thursday 26 January 2012

A baixa autoestima


A baixa autoestima



A autoestima, o valor que cada pessoa da a si próprio é motivo de muitos estudos e grande parte da psicologia clínica encontra a baixa autoestima como tela de fundo para outros problemas emocionais sérios.

Aqui alguns conceitos e conselhos para fazer uma primeira reflexão no tema, existem muitas variantes e complexidades, mas vou escrever a respeito dos principais “monstros” da baixa autoestima.

                                                                                             
Generalização é quando um incidente isolado cria uma regra universal, geral, para qualquer lugar a qualquer momento: “Se eu falhei uma vez (algo concreto) sempre irei falhar!”.
(internalizada como ele irá falhar em tudo).

Sempre que você estiver preparado para realizar algo a possibilidade real de falhar é menor que 10%.

Para cair em um nível mais baixo de probabilidade você teria que errar mais de 50% das possibilidades de positivas de acertar que você tem que são sempre 90%.

 Se você não está totalmente preparado para realizar aquilo que se propõe então a probabilidade é maior. Contudo geralmente nos aventuramos a realizar coisas que nos sentimos capazes ainda que não totalmente preparados e nosso provável acerto é da ordem de mais de 50% Para cair em um nível mais baixo de probabilidade você teria que errar mais de 50% das possibilidades de positivas de acertar que você tem que são sempre mais de 50%

Se você não está preparado e ainda assim quer realizar algo, então ainda assim você tem 10% de possibilidade de acertar aquilo que se propõe. 
Para ser um completo fracasso você devera errar mais de 50% das possibilidades positivas que você tem. Contudo, o número de pessoas que tentam fazer algo ao que nunca foram preparadas é ínfimo, e se nunca foram preparadas não seria culpa delas falhar, pois tudo que fazemos, seja construir uma casa ou uma relação amorosa exige um preparo para isso.

Então se você falha muito, você precisa de treino e nada mais. Todos nós precisamos falhar para compreender onde é necessário corrigir, assim treinamos para um objetivo.

O que nos leva a concluir que o pensamento “desastroso” de total incompetência é falso, não existe em realidade e deve ser removido de nossa mente, pois estará ocupando um espaço importante já que um ou vários falhos são talvez a prova que você pode estar especializando sua vida.

                                                                                             

• Designação global: Nós usamos termos depreciativos para descrever a nós mesmos, em vez de descrever o erro ao especificar o que aconteceu: “Que droga! Como sou burro!”.






Novamente devemos lembrar que os erros são compostos de vários fatores, aqui apenas alguns:
 
a)     Falta de especialização, coisas que devemos aprender melhor e praticar para que saiam de uma forma mais automática e bem feita.
b)     Falta de atenção: Todos nós temos vários tipos de atenção, muitas vezes estamos dividindo nossa atenção ou “atenções” a níveis críticos. Fazer uma coisa de cada vez e concentrar-se no que é principal é o ideal. Mas como nem sempre está a nossa disposição, então fazer uma a cada vez.
c)     A pressa realmente é inimiga da perfeição: Calma, calma, calma.  Ainda que a situação exija pressa tente manter a calma e a concentração, melhor gastar mais alguns segundos do que voltar a repetir tudo.

Substitua o auto-insulto por: “treino, atenção, calma”.   É difícil após martelar o dedo dizer algo diferente de "@#*&&&..." etc...  Mas se estamos pensando em aperfeiçoar e errar menos então devemos dizer ao cérebro o que falta.  Martele o dedo e diga: Aiiiiiiiiiiiiiiii   “atenção, treino, calma”...    Você irá notar a diferença.

                                                                                               
Pensamento Polarizado: São os pensamentos de tudo ou nada, coisas levadas ao extremo, categorias absolutas: “Ou é branco ou é negro”, “você está comigo ou contra mim”, ou está certo ou está errado.
Nestes casos não ha valores relativos. Ou é perfeito ou não.

Até mesmo em toda teologia humanamente conhecida o único conceito que é absoluto, portanto infalível é a figura de Deus.  Abaixo dele todo é relativo e, portanto, passivo de erros.

Aqui gostaria de explicar o conceito de inércia e equilíbrio. Inércia é a tendência de um corpo permanecer em seu movimento no tempo e no espaço até que contra ele se faça uma força contraria. Por exemplo: No espaço não ha nada que friccione com os objetos, portanto se são empurrados com certa força irão estabelecer uma trajetória infinita nesta mesma velocidade. Se a velocidade for zero, então irão permanecer em zero até que algo mude esta trajetória.
Pensamentos polarizados são pensamentos inertes, não ha o que mude sua trajetória... Você gostaria de ser assim?



Equilíbrio é um ponto central entre forças negativas e positivas fazendo com que a harmonia seja aquilo que domine as forças e as tendências. Não será muito melhor abandonar a inércia e buscar o equilíbrio? Experimentando, medindo, compreendendo as forças e colocando-as em uma posição que não é tendenciosa chegaremos a DOMINAR estas forças e encontraremos e compreenderemos o que é a “harmonia”.

                                                                                             
• Auto-incriminação: “Eu sou o culpado, tudo é culpa minha, eu deveria ter notado, feito, não feito etc.

Falsa culpa e verdadeira culpa:
Assumir um erro é algo verdadeiramente louvável, mas fabricar uma culpa é adicionar um erro ao outro.

Como saber se estou assumindo erros que não são meus?
Aplicando estas duas perguntas a você mesmo.

Lei do Erro:

·         Qual é a função do erro? A função do erro é mostrar-me qual é a distância correta do acerto, determinar como acertar na próxima vez.

·         Como eu posso corrigir o erro? Analisando o meu procedimento e buscando a solução que mais se aproxima do acerto e praticá-la.

Sabendo isso, a pergunta de ouro:

Como posso aplicar isso sobre uma situação que verdadeiramente não fui eu quem a produzi?
Não é possível.

Logo....  Não é sua culpa... Ou seja, é uma falsa culpa.

A verdadeira culpa é aquela que ocorre quando você tem consciência que não houve outros fatores adjacentes que chegassem a interferir com o que somente você deveria ter feito, ou não.  (Eu deveria ter esperado duas horas antes de dirigir após haver bebido, eu não deveria beber e dirigir)

Mas culpa é apenas um sentimento que pode viver se você não resolve o problema.  Se você resolve o problema então a culpa não consegue viver mais.
A causa da culpa deve ser resolvida da melhor forma possível. Se não ha como resolver, então devemos tentar uma aproximação maior ao fato: “Eu tentei esgotar todas as possibilidades para resolver e não era possível” Neste momento a culpa deve morrer, pois não ha razão para sua existência.

Um dia você encontrou um elefante que queria cruzar uma ponte, pois a mata pegava fogo. A solução seria carregar o elefante nas costas e atravessar ao outro lado. Carregar coisas impossíveis não tem nenhuma lógica.  Você já tentou levar um elefante nas costas? É impossível, então você tentou limpar o terreno onde o elefante estava, ou fez algo para que as chamas fossem evitadas, assim mesmo ele morreu.

Algumas vezes não é possível resolver todas as coisas, outras vezes erramos não resta outra opção que aplicarmos a lei do erro.

Assim a falsa culpa morre, a verdadeira culpa aparece e podemos anular seu efeito.


                                                                                              
• Leitura de pensamento: ninguém gosta de mim, todos estão rindo de mim, eles querem me ver morto/a.
• Personalização: Assumimos que tudo tem a ver conosco e nos comparamos negativamente com todos os outros. “ela está olhando pra mim, que foi que eu fiz de errado?”   “Todos estão olhado e rindo de mim”.

Em uma experiência feita com cem pessoas a meta era basicamente provar que transmitir pensamento é impossível.
Cinquenta pessoas em um quarto deveriam escolher três figuras, e as outras cinquenta pessoas em outro quarto escolheriam outras três figuras porem distintas. Logo depois todas elas deveriam reunir-se e esperar que qualquer uma das outras do outro quarto pudessem dizer qual das figuras estariam pensando.
Absurdo não? Claro, ninguém foi capaz de acertar. Não se pode ler pensamentos, não existe nada em nosso cérebro que funcione como radio transmissor ou receptor de mensagens do pensamento.

Grandes organizações filantrópicas que a nível mundial dependem de doações ou de atitudes altruístas se preocupam sobre como o ser humano pensa no “próximo”.  Existem estudos que provam que nós, ou seja, “todas as pessoas”,  passamos grande parte de nosso tempo, aproximadamente 80% do tempo, pensando em nós mesmos. Para que nossa atenção repouse sobre outra pessoa deve existir um motivo ou uma força maior que faça com que nossa atenção adquira um interesse nos outros. 
Então podemos fazer certas perguntas que nos ajudam a sair da personalização:


·         Você se sente tão especial que “todos” estariam deixando de pensar neles mesmos para pensar em você?
·         Se você não fez nada de errado ou de extraordinário, o que faria que certas pessoas deixassem de pensar nelas mesmas para pensar em você?
·         Que grande força está em você que faz com que outros deixem de seus próprios pensamentos e dediquem-se a pensar em você?

Se não há uma razão lógica e concreta para sua resposta, abandone este pensamento, pois ele não serve para nada.

                                                                                             
• Controle Falácias: Você sente que tem a responsabilidade total de tudo e todos, ou sente que não tem controle sobre nada, que é uma vítima indefesa de tudo.

Três palavras para pensar: Impossível, previsível e assumível.

Somente podemos ser responsáveis por coisas “possíveis”. Por ex: “Guarde esta porta, não deixe sair nenhuma criança”.
Não somos responsáveis por coisas previsíveis:
É previsível, ou possível, que alguma criança saia por esta porta acompanhada dos pais. Esta previsão invalida minha responsabilidade de filtro a respeito do que passa pela porta...

Acidentes são previsíveis, portanto, devemos assumir que ocorram. Portanto, impossível assumir que não existam acidentes. Posso prevenir que crianças saiam por esta porta, contudo, não posso garantir que não haverá acidentes. Somente posso ser responsável por coisas possíveis.

Seguindo esta lógica ser responsável por tudo ou ser vítima de tudo é impossível.  Não seria este um sentimento a deixar de lado? Não estaria ocupando um lugar de algo mais útil?


                                                                                              
• O raciocínio emocional: Se eu sinto então é verdadeiro, Se sinto tristeza é porque tudo está triste, se sinto alegria é porque tudo esta bom.  Se eu sinto que sou incompetente, então esta é a realidade ao meu respeito.

O antônimo ou a palavra contrária à palavra “sentir” deveria ser “realidade”.
Outra palavra que ajudaria muito no caso de raciocínios emocionais deveria ser:  “sinceridade”.

Os pensamentos e os conceitos que uma pessoa tem sobre ela mesma são um conjunto de tão intrincada complexidade como possam ser as estrelas do universo. É impossível estabelecer um padrão de pensamento absoluto onde a previsão destes pensamentos possa ser medida ou se tornem um padrão periódico. Tão difíceis  e tão precisos são os pensamentos.  Então aqui vamos usar a palavra “Sinceridade”, tão difíceis e tão preciosos terminam por serem sinceros e esta sinceridade é a chave da prisão de muitas pessoas.

Certo homem que sinceramente pensava que era Superman morreu ao jogar-se do alto de um edifício tentando voar como o herói.
Adolf Hitler sinceramente pensava que era Deus.
Igual ao assaltante que pensa que não pode ser mais nada na sociedade em que vive e deve roubar para viver.
Sinceridade é um potente lubrificante dos pensamentos e principalmente da razão, mas sinceridade ou sentimento não é igual realidade.

A percepção da realidade é algo que deve ser discutida e provada, geralmente a realidade é aceita quando ela possa ser provada por todos, entendida por todos e discutida por todos.

Se você se encontra em uma situação angustiosa aonde a realidade na sua maior sinceridade vem oprimindo você, busque saber a opinião de outras pessoas a respeito deste tema. Experimente com mais de três pessoas, pergunte a elas qual seria à perspectiva delas para solucionar o problema que você vê impossível, ou bem, como elas veem a realidade que você vê.
Certamente você irá mudar sua opinião sobre seu sincero pensamento, não tenha medo nem vergonha, os pensamentos tem uma lógica no final de tudo.

Nunca faça nada se baseando em sentimentos, use a opinião de outras pessoas para balizar sua percepção da realidade, siga conselhos, avalie o que é verdadeiramente bom.

Se ainda assim você conclui que deve saltar de uma ponte.... ok.. Mas use paraquedas.

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