A baixa autoestima
A autoestima, o valor que cada pessoa da a si próprio é motivo de muitos
estudos e grande parte da psicologia clínica encontra a baixa autoestima como
tela de fundo para outros problemas emocionais sérios.
Aqui alguns conceitos e conselhos para fazer uma primeira reflexão no
tema, existem muitas variantes e complexidades, mas vou escrever a respeito dos
principais “monstros” da baixa autoestima.
• Generalização é quando um
incidente isolado cria uma regra universal, geral, para qualquer
lugar a qualquer momento: “Se eu falhei uma vez (algo
concreto) sempre irei falhar!”.
(internalizada como ele irá falhar em tudo).
Sempre que você estiver preparado para realizar algo a possibilidade
real de falhar é menor que 10%.
Para cair em um nível mais baixo de probabilidade você teria que errar
mais de 50% das possibilidades de positivas de acertar que você tem que são
sempre 90%.
Se você não está preparado e ainda assim quer realizar algo, então ainda
assim você tem 10% de possibilidade de acertar aquilo que se propõe.
Para ser
um completo fracasso você devera errar mais de 50% das possibilidades positivas
que você tem. Contudo, o número de pessoas que tentam fazer algo ao que nunca
foram preparadas é ínfimo, e se nunca foram preparadas não seria culpa delas
falhar, pois tudo que fazemos, seja construir uma casa ou uma relação amorosa
exige um preparo para isso.
Então se você falha muito, você precisa de treino e nada mais. Todos nós
precisamos falhar para compreender onde é necessário corrigir, assim treinamos
para um objetivo.
O que nos leva a concluir que o pensamento “desastroso” de total
incompetência é falso, não existe em realidade e deve ser removido de nossa
mente, pois estará ocupando um espaço importante já que um ou vários falhos são
talvez a prova que você pode estar especializando sua vida.
• Designação global: Nós
usamos termos depreciativos para descrever a nós mesmos, em
vez de descrever o erro ao especificar o que aconteceu: “Que
droga! Como sou burro!”.
Novamente devemos lembrar que os erros são compostos de vários fatores,
aqui apenas alguns:
a)
Falta de especialização, coisas que devemos aprender melhor e praticar
para que saiam de uma forma mais automática e bem feita.
b)
Falta de atenção: Todos nós temos vários tipos de atenção, muitas vezes
estamos dividindo nossa atenção ou “atenções” a níveis críticos. Fazer uma
coisa de cada vez e concentrar-se no que é principal é o ideal. Mas como nem
sempre está a nossa disposição, então fazer uma a cada vez.
c)
A pressa realmente é inimiga da perfeição: Calma, calma, calma. Ainda que a situação exija pressa tente
manter a calma e a concentração, melhor gastar mais alguns segundos do que
voltar a repetir tudo.
Substitua o auto-insulto por: “treino, atenção, calma”. É difícil após martelar o dedo dizer algo
diferente de "@#*&&&..." etc...
Mas se estamos pensando em aperfeiçoar e errar menos então devemos dizer
ao cérebro o que falta. Martele o dedo e
diga: Aiiiiiiiiiiiiiiii “atenção,
treino, calma”... Você irá notar a
diferença.
• Pensamento Polarizado: São
os pensamentos de tudo ou nada, coisas levadas ao extremo, categorias
absolutas: “Ou é branco ou é negro”, “você está comigo ou contra mim”, ou está
certo ou está errado.
Nestes casos não ha valores relativos. Ou é perfeito
ou não.
Até mesmo em toda teologia humanamente conhecida o único conceito que é
absoluto, portanto infalível é a figura de Deus. Abaixo dele todo é relativo e, portanto,
passivo de erros.
Aqui gostaria de explicar o conceito de inércia e equilíbrio. Inércia é
a tendência de um corpo permanecer em seu movimento no tempo e no espaço até
que contra ele se faça uma força contraria. Por exemplo: No espaço não ha nada
que friccione com os objetos, portanto se são empurrados com certa força irão estabelecer
uma trajetória infinita nesta mesma velocidade. Se a velocidade for zero, então
irão permanecer em zero até que algo mude esta trajetória.
Pensamentos polarizados são pensamentos inertes, não ha o que mude sua
trajetória... Você gostaria de ser assim?
Equilíbrio é um ponto central entre forças negativas e positivas fazendo
com que a harmonia seja aquilo que domine as forças e as tendências. Não será
muito melhor abandonar a inércia e buscar o equilíbrio? Experimentando,
medindo, compreendendo as forças e colocando-as em uma posição que não é
tendenciosa chegaremos a DOMINAR estas forças e encontraremos e compreenderemos
o que é a “harmonia”.
• Auto-incriminação: “Eu
sou o culpado, tudo é culpa minha, eu deveria ter notado, feito, não feito
etc.
Falsa culpa e verdadeira culpa:
Assumir um erro é algo verdadeiramente louvável, mas fabricar uma culpa
é adicionar um erro ao outro.
Como saber se estou assumindo erros que não são meus?
Aplicando estas duas perguntas a você mesmo.
Lei do Erro:
·
Qual é a função do erro? A função do erro é mostrar-me qual é a
distância correta do acerto, determinar como acertar na próxima vez.
·
Como eu posso corrigir o erro? Analisando o meu procedimento e buscando
a solução que mais se aproxima do acerto e praticá-la.
Sabendo isso, a pergunta de ouro:
Como posso aplicar isso sobre uma situação que verdadeiramente não fui
eu quem a produzi?
Não é possível.
Logo.... Não é sua culpa... Ou
seja, é uma falsa culpa.
A verdadeira culpa é aquela que ocorre quando você tem consciência que
não houve outros fatores adjacentes que chegassem a interferir com o que
somente você deveria ter feito, ou não.
(Eu deveria ter esperado duas horas antes de dirigir após haver bebido,
eu não deveria beber e dirigir)
Mas culpa é apenas um sentimento que pode viver se você não resolve o
problema. Se você resolve o problema
então a culpa não consegue viver mais.
A causa da culpa deve ser resolvida da melhor forma possível. Se não ha
como resolver, então devemos tentar uma aproximação maior ao fato: “Eu tentei
esgotar todas as possibilidades para resolver e não era possível” Neste momento
a culpa deve morrer, pois não ha razão para sua existência.
Um dia você encontrou um elefante que queria cruzar uma ponte, pois a
mata pegava fogo. A solução seria carregar o elefante nas costas e atravessar
ao outro lado. Carregar coisas impossíveis não tem nenhuma lógica. Você já tentou levar um elefante nas costas?
É impossível, então você tentou limpar o terreno onde o elefante estava, ou fez
algo para que as chamas fossem evitadas, assim mesmo ele morreu.
Algumas vezes não é possível resolver todas as coisas, outras vezes
erramos não resta outra opção que aplicarmos a lei do erro.
Assim a falsa culpa morre, a verdadeira culpa aparece e podemos anular
seu efeito.
•
Leitura de pensamento: ninguém gosta de mim, todos estão rindo de mim, eles querem me ver
morto/a.
• Personalização: Assumimos que tudo tem a ver conosco e nos comparamos negativamente com todos os
outros. “ela está olhando pra mim, que foi que eu fiz de errado?” “Todos estão olhado e rindo de mim”.
Em uma experiência
feita com cem pessoas a meta era basicamente provar que transmitir pensamento é
impossível.
Cinquenta
pessoas em um quarto deveriam escolher três figuras, e as outras cinquenta pessoas
em outro quarto escolheriam outras três figuras porem distintas. Logo depois
todas elas deveriam reunir-se e esperar que qualquer uma das outras do outro
quarto pudessem dizer qual das figuras estariam pensando.
Absurdo não? Claro,
ninguém foi capaz de acertar. Não se pode ler pensamentos, não existe nada em
nosso cérebro que funcione como radio transmissor ou receptor de mensagens do
pensamento.
Grandes
organizações filantrópicas que a nível mundial dependem de doações ou de
atitudes altruístas se preocupam sobre como o ser humano pensa no
“próximo”. Existem estudos que provam
que nós, ou seja, “todas as pessoas”, passamos grande parte de nosso tempo,
aproximadamente 80% do tempo, pensando em nós mesmos. Para que nossa atenção
repouse sobre outra pessoa deve existir um motivo ou uma força maior que faça
com que nossa atenção adquira um interesse nos outros.
Então podemos
fazer certas perguntas que nos ajudam a sair da personalização:
·
Você se sente tão especial que “todos” estariam deixando de pensar neles
mesmos para pensar em você?
·
Se você não fez nada de errado ou de extraordinário, o que faria que
certas pessoas deixassem de pensar nelas mesmas para pensar em você?
·
Que grande força está em você que faz com que outros deixem de seus
próprios pensamentos e dediquem-se a pensar em você?
Se não há uma
razão lógica e concreta para sua resposta, abandone este pensamento, pois ele
não serve para nada.
• Controle Falácias: Você sente que tem a responsabilidade
total de tudo e todos, ou sente que não tem controle
sobre nada, que é uma vítima indefesa de tudo.
Três palavras
para pensar: Impossível, previsível e assumível.
Somente
podemos ser responsáveis por coisas “possíveis”. Por ex: “Guarde esta porta,
não deixe sair nenhuma criança”.
Não somos responsáveis por coisas previsíveis:
É previsível,
ou possível, que alguma criança saia por esta porta acompanhada dos pais. Esta
previsão invalida minha responsabilidade de filtro a respeito do que passa pela
porta...
Acidentes são
previsíveis, portanto, devemos assumir que ocorram. Portanto, impossível assumir
que não existam acidentes. Posso prevenir que crianças saiam por esta porta,
contudo, não posso garantir que não haverá acidentes. Somente posso ser
responsável por coisas possíveis.
Seguindo esta
lógica ser responsável por tudo ou ser vítima de tudo é impossível. Não seria este um sentimento a deixar de
lado? Não estaria ocupando um lugar de algo mais útil?
• O
raciocínio emocional: Se eu sinto então é verdadeiro, Se sinto tristeza
é porque tudo está triste, se sinto alegria é porque tudo esta bom. Se eu sinto que sou incompetente, então esta
é a realidade ao meu respeito.
O antônimo ou
a palavra contrária à palavra “sentir” deveria ser “realidade”.
Outra
palavra que ajudaria muito no caso de raciocínios emocionais deveria ser: “sinceridade”.
Os
pensamentos e os conceitos que uma pessoa tem sobre ela mesma são um conjunto
de tão intrincada complexidade como possam ser as estrelas do universo. É impossível
estabelecer um padrão de pensamento absoluto onde a previsão destes pensamentos
possa ser medida ou se tornem um padrão periódico. Tão difíceis e tão precisos são os pensamentos. Então aqui vamos usar a palavra “Sinceridade”,
tão difíceis e tão preciosos terminam por serem sinceros e esta sinceridade é a
chave da prisão de muitas pessoas.
Certo homem que sinceramente pensava que era Superman morreu ao jogar-se do alto de um edifício tentando voar como o herói.
Adolf Hitler sinceramente
pensava que era Deus.
Igual ao
assaltante que pensa que não pode ser mais nada na sociedade em que vive e deve
roubar para viver.
Sinceridade é
um potente lubrificante dos pensamentos e principalmente da razão, mas
sinceridade ou sentimento não é igual realidade.
A percepção
da realidade é algo que deve ser discutida e provada, geralmente a realidade é aceita
quando ela possa ser provada por todos, entendida por todos e discutida por
todos.
Se você se
encontra em uma situação angustiosa aonde a realidade na sua maior sinceridade
vem oprimindo você, busque saber a opinião de outras pessoas a respeito deste
tema. Experimente com mais de três pessoas, pergunte a elas qual seria à perspectiva
delas para solucionar o problema que você vê impossível, ou bem, como elas veem
a realidade que você vê.
Certamente você
irá mudar sua opinião sobre seu sincero pensamento, não tenha medo nem
vergonha, os pensamentos tem uma lógica no final de tudo.
Nunca faça
nada se baseando em sentimentos, use a opinião de outras pessoas para balizar sua percepção da
realidade, siga conselhos, avalie o que é verdadeiramente bom.
Se ainda
assim você conclui que deve saltar de uma ponte.... ok.. Mas use paraquedas.
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