A Empatia. - Parte 1
Longe de ser uma mera identificação
de sofrimentos, é uma habilidade complexa que vai além da simples ideia de
sentir exatamente o que outra pessoa sente.
Cada indivíduo molda suas
emoções por meio de interpretações únicas durante o seu desenvolvimento, uma
experiência construída com base nas intensidades dos acontecimentos, potências
emocionais pessoais e diversas relações ao longo da vida.
Embora seja comum associar
a empatia à vivência do mesmo sofrimento daquele que está passando por uma
situação difícil, acreditando que quanto mais profunda a emoção e o sofrimento
experimentados, maior seria o grau de empatia, essa concepção é, na verdade, um
mito.
Em primeiro lugar, empatia
não é identificação com dores emocionais, a verdadeira empatia não está
intrinsecamente ligada ao sofrimento, mas sim à identificação e compreensão do
outro. Pode ser alegria, como pode ser sentimento de aventura, ou qualquer sentimento
vivenciado.
Contudo, a dor chama a
atenção, estabelecendo um terreno mais comum as pessoas empáticas.
O empático estabelecerá
paralelos para compreender as dores ou felicidades entre ele e outra pessoa.
Esse esforço é, de fato, uma construção. A pessoa empática busca dentro de si
materiais feitos com vivências marcadas por experiências emocionais similares,
na tentativa de construir um sentimento aproximado, visando conectar suas
percepções com as perspectivas de quem recebe a empatia.
No entanto, é importante
destacar que essa tentativa, por mais genuína que seja, não terá sucesso
completo, já que ter o mesmo sentimento é uma ideação. A construção da empatia
é, portanto, um processo contínuo.
Empatia, nesse contexto,
não se trata de uma imersão no sofrimento alheio, mas sim de uma busca ativa
por identificação e compreensão das experiências do outro. Ao desvincular a
empatia do mito do sofrimento equivalente, abre-se espaço para uma compreensão
mais ampla e saudável dessa habilidade.
Isso envolve o
reconhecimento das nuances das emoções alheias, a compreensão de perspectivas
diferentes e o estabelecimento de conexões baseadas na compreensão mútua, sem a
necessidade de vivenciar as mesmas intensidades emocionais.
Essa abordagem mais
equilibrada permite ao empático contribuir para o bem-estar do outro de maneira
construtiva e respeitosa.
Empatia, portanto, é a
capacidade de construir uma realidade paralela, comparativa e associativa de
nossos próprios sentimentos aprendidos ao longo da experiência.
Não se trata apenas de
identificação, mas de mergulhar na perspectiva do outro, mantendo a consciência
de que a vivência é pessoal e única.
Breve, parte 2
Paul
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